segunda-feira, 24 de maio de 2010

Acidente no Lago Paranoá

Investigação está voltada para o piloto da lancha

Até agora, seis dos 11 tripulantes da lancha naufragada prestaram depoimento na 9ª Delegacia de Polícia do Lago Norte, que investiga o caso. O técnico em eletrônica Marcelo da Silva e Santos, 26 anos, foi ouvido na manhã de ontem pelo delegado chefe, Silvério Moita. Segundo o delegado, Marcelo confirmou o que os outros já haviam falado a respeito de uma marola que teria surgido repentinamente momentos antes de a lancha afundar. O delegado lembra que uma característica desse tipo de lancha, próprio para a prática de wakeboard, é formar ondas.

Gabriel Souza Alves disse à polícia que a lancha afundou rapidamente. Estamos chegando a uma conclusão, embora ainda não concretizada, de que uma possível causa do acidente tenha sido uma aceleração brusca, já que a tendência nessa hora é que as pessoas que estão na lancha vão para trás. Depois que o condutor desacelerou, teria vindo uma marola, causada pela própria lancha, e teria inundado a embarcação, levando-a a afundar%u201D, afirma Moita.
Na noite de sábado, ele ressaltou que a superlotação também é uma hipótese válida e que a investigação está voltada para o condutor, o técnico em informática José da Rocha Costa Júnior, 33 anos.O delegado acrescenta que a repercussão criminal não muda após os depoimentos. Vamos continuar com a possibilidade de um homicídio culposo, caso seja confirmada a morte de uma ou das duas tripulantes desaparecidas.
Moita diz que a perícia na lancha será importante para esclarecer algumas dúvidas que ainda persistem, como se foi problema técnico do barco ou não. Como o delegado não estava na 9ª DP na tarde de ontem, o 11º integrante do passeio, o jornalista Gabriel Augusto de Souza Alves, 25 anos, foi ouvido pela escrivã de plantão. Ele contou que conhecia apenas o dono da casa e, quando viu o pessoal indo para a lancha, por volta das 2h40 da madrugada de sábado, resolveu fazer o passeio também.
De acordo com Gabriel, fazia frio e estavam todos sentados. Poucos minutos antes do naufrágio, o relógio marcava 3h15. Foi o tempo de a gente chegar à 3ª ponte e voltar. Quando a gente voltou, devagarinho, passando em frente à casa do presidente Lula e ao Golden Tulip, a lancha começou a afundar e baixou de uma vez. Veio uma água por trás do barco e ele afundou de costas, na diagonal, relatou.
O jornalista conta que estava no meio do barco e sentiu a água bater em suas pernas. Ele afirma que o condutor ainda pediu para que todos fossem para a frente do barco, mas o barco afundou repentinamente. Segundo Gabriel, todos começaram a gritar e não houve tempo para pegar os coletes salva-vidas. Ele tirou a roupa e seguiu nadando, por cerca de uma hora e meia, rumo ao Parque das Garças, que fica ao lado da casa de Matheus. Ele foi o primeiro a chegar, seguido de Júnior. %u201CEu tinha certeza de que ia chegar. Em nenhum momento, hesitei ou achei que não ia dar conta%u201D, lembra. Depois de ligar para os bombeiros, cobriu o corpo para se esquentar e ficou em estado de choque.

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