Com a Copa do Mundo se aproximando, surgem os pitaqueiros de plantão.
O banco de investimentos suíço UBS, que entende de futebol tanto quanto eu entendo de economia, também acha que pode dar seu palpite.
Mas como estamos falando de uma companhia financeira, obviamente o chute deles vem baseado em números, gráficos e estatísticas.
Através de uma ferramenta econométrica, que se baseia em fatores como resultados históricos e recentes das equipes, assim como as condições em que se disputam cada competição, a UBS previu que o campeão da próxima Copa do Mundo será o... Brasil!!!
Só não sabemos se a previsão foi feita antes ou depois da convocação do Dunga.
Segundo a tal ferramenta econométrica da UBS, a seleção brasileira de Gilberto Silva, Felipe Melo, Kleberson e Júlio Baptista tem 22% de chances de conquistar o hexa, contra 18% da Alemanha, que aparece em segundo.
Eu só gostaria de saber se as chances do Brasil seriam diferentes se o Dunga tivesse incluído Ganso, Neymar e Ronaldinho Gaúcho na lista.
De acordo com a UBS, seleções como Espanha e Inglaterra, cotadas em qualquer roda de botequim como duas das mais fortes do Mundial, têm apenas 4% de chances de levar a taça. - Os torcedores podem até achar que a Espanha, campeã europeia, está sendo subestimada pelo modelo da UBS, e os torcedores no Reino Unido pensarão o mesmo da Inglaterra, mas essas seleções tendem a conseguir poucos resultados quando chegam na Copa do Mundo.
Nas últimas três edições, Espanha e Inglaterra também estavam entre os favoritos mas não passaram das quartas de final. O Brasil é quem tem mais possibilidade de vencer - explicou o banco em um comunicado nesta quarta-feira.
Depois de Brasil e Alemanha, as seleções mais bem cotadas pela UBS são Itália (13%), Holanda (8%), França (6%) e Argentina (5%). Mas se você está rindo das previsões do banco suíço, cuidado: em 2006 eles previram que a Itália conquistaria a Copa da Alemanha, e também acertaram 13 das 16 classificadas às oitavas de final.
Em compensação, na Euro 2008 a seleção indicada por eles para voltar com o título não passou da primeira fase. Quem também se meteu a fazer contas para prever o próximo campeão mundial foram os autores do livro 'Why England Lose', Simon Kuper e Stefan Szymanski. Esses dois, então, viajam ainda mais: o modelo usado no livro se baseia em dados econômicos dos países que disputam a Copa.
Embora por outros caminhos, o resultado é o mesmo da UBS: Brasil campeão. Mas os caras são ousados. Eles criaram toda uma tabela de resultados da Copa (gráfico acima), com os classificados em cada fase, até chegar à decisão, entre Brasil e... Sérvia!
Na semifinal, os dois países derrotariam Alemanha e Espanha, respectivamente (olha a Espanha aí na semifinal, já está mais perto do título que no cálculo da UBS).
A fórmula matemática de Kuper e Szymanski compara vários dados dos adversários de uma partida, que vão desde a população (países maiores têm maior oferta de talentos) até a experiência da equipe, para chegar a uma espécie de 'expectativa de gol' de cada equipe.
Dessa forma, por exemplo, numa semifinal contra a Alemanha, a fórmula mostra que a seleção brasileira tem 0,39 mais chances de marcar do que a alemã.
A outra semifinal vai ser mais disputada: a expectativa de gol da Sérvia é apenas 0,05 maior do que a da Espanha.
Um conselho meu: na hora de fazer o bolão da Copa com seus amigos, não tente se guiar por essas fórmulas. O melhor é confiar no seu conhecimento de futebol (e das imprevisibilidades do futebol) e dar um palpite de verdade. Ou seja, um chute.
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